segunda-feira, 31 de julho de 2017

Palimpsesto

Torres Vedras, 30 de Julho
Palimpsesto
Diz-se das folhas de pergaminho em que se rasurou o texto antigo e se tornou a escrever outro por cima. Do grego, pálin (πάλιν), «de novo», e pssáô (πσάω), «raspar».
Hoje, à tarde, na Praça do Município, intrigou-me a falta de texto do lado da língua portuguesa, em painel – aqueles painéis que lembram uma figura humana, ali, para convidar e informar… A parte em inglês está presente, a do município anfitrião, em branco. Receber bem turistas estrangeiros é uma coisa, mas ignorarmo-nos a nós mesmos é estranho…
Que terá acontecido? Que água, que pedra-pomes apagou, simplesmente… Na Idade Média chegou a fazer-se isto, o pergaminho era caro, apagava-se e escrevia-se por cima… A estes  pergaminhos reutilizados chamámos palimpsestos.
Olho outra vez e não vejo nada na coluna em branco… Suspeito que ainda se vê qualquer coisa, ponho a máquina a olhar por mim e, agora, em casa, vê-se «claramente visto»! Esteve lá o texto, em português. Ainda lá está, será possível reconstituí-lo todo!?... É exercício que não vou fazer…
Peço a quem de direito ponha ou reponha a peça como deve ser…
Vale a pena e a despesa…



Ver, abaixo, tradução desta nota sobre os Paços do Concelho



https://pt.wikipedia.org/wiki/Palimpsesto

*
Uma tradução  da informação sobre os Paços do Concelho
Desconhece-se a data da construção dos primitivos Paços do Concelho. A primeira referência é-lhes feita em 1337, tendo beneficiado de obras de recuperação em 1597 e 1634. Em 1745, sofreu grandes estragos, quando um preso tentou evadir-se da cadeia no rés-do-chão, pegando fogo ao edifício. O incêndio destruiu quase todos os documentos, medievais e contemporâneos.
 A moderna configuração do edifício resultou das obras de recuperação concluídas em 1776, que é também a data da fonte na Praça.
Departamento central para os serviços administrativos do concelho local, o edifício foi também usado como quartel-general do Comissariado de Guerra durante a ocupação militar da cidade na Guerra Peninsular.
A fonte – exemplo único do estilo pombalino em Torres Vedras – tem a seguinte inscrição:
JOSEPH. I.P.P. IMP AD CARCER POPVL. Q. COMMOD. FONT. HUNC. PVBL. EXP. PRAESES PROV. ERIG. CVRAVIT AN. MDCCXXVI
(O corregedor da comarca ordenou a construção desta fonte, a expensas públicas, no ano de 1776, para cómodo da cadeia e do povo, no reinado de D. José I, Pai da Pátria.)
No passado, a água era trazida pelo aqueduto do Chafariz dos Canos e caía da bica em boca de golfinho para um pequeno tanque de mármore. Em 2001, escavações arqueológicas no interior do edifício revelaram nove silos mouriscos – os primeiros vestígios materiais da ocupação árabe da região. Continham grande quantidade de olaria islâmica, da época do califa de Córdova (séculos X / XI), bem como artefactos dos primeiros anos da ocupação cristã e moedas dos séculos XII a XV.
(Esta nota, traduzida para português, é uma actualização de 01-08-2017, 00:42)

2 comentários:

  1. Também acho que vale a pena...
    LG.

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    1. Já sei a razão. A tinta foi sumindo. Haverá mais casos em idênticos painéis na cidade. Neste caso, pelo menos, o curioso é que o sumiço foi só de um lado. Pode ter que ver com a impressão feita, por línguas, em momentos e com processos diferentes...
      JL

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